quinta-feira, 25 de abril de 2013

Depoimentos sobre experiências com a palavra escrita.

Depoimento: Jane Rúbia

Minha experiência com a leitura iniciou-se muito cedo, pois fui alfabetizada por meus pais em casa e, ao iniciar a pré-escola, já sabia ler tudo o que encontrava pela frente; isso poderia ser muito bom, mas também me causou um pequeno trauma: quando tinha 6 anos, fomos festejar o Natal na casa de um tio, e toda família estava lá. Minha tia Lourdes era professora primária e resolveu deixar os presentes (etiquetados) de todas as crianças expostos perto da árvore de natal, eu, muito danada, resolvi dar uma olhadinha em tudo e tive a desagradável supresa de descobrir, antes da hora, qual seria o meu presente, pois li escancarado na etiqueta "Jane"; na hora da entrega, fingi que não tinha visto nada, mas no fundo fiquei decepcionada. Ainda bem que esse pequeno trauma não afetou meu gosto pela leitura e nem pela escrita, continuei a ler de tudo que encontrava: os livros dos meus tios (que pegava escondido muitas vezes) - adora a coleção Vagalume (quando já estava maiorzinha) e sempre tive apoio dos meus pais e dos professores para fazer minhas redações.
Um momento interessante ocorreu na quinta série quando fiz uma redação na aula de Português: era a primeira do ano e, como eu adora ser elogiada pelos textos que escrevia, decidi impressionar a professora usando um vocabulário mais refinado, escrevi: "uma das piores virtudes do ser humano ...", achei que ia arrasar, adorava palavras novas que achava no dicionário, mas não me lembrei do significado de virtude; minha professora, no dia da devolutiva dos textos, veio até minha mesa, elogiou a redação, mas disse "Jane, só teve um probleminha: virtude é uma coisa boa, então na frase você deveria ter usado outra palavra". Hoje aproveito esse exemplo para dizer a meus alunos que nossa escrita não precisa ser rebuscada para ser eficiente e bonita e penso que isso ajuda a desmistificar um pouco o ato de escrever."

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